sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Brasil no Século XIX




O Período Monárquico 1822-1889.

Enquanto que na Europa consolidava-se a sociedade capitalista, o Brasil permanecia, no século XIX, uma empresa tipo colonial com uma estrutura social baseado no poder dos donos de terras (homens bons) com seus interesses vinculados a grupos mercantis europeus dentre os quais se destacavam os traficantes de escravos. africanos. A força de trabalho constituída basicamente de escravos.

O sistema colonial começou a ser contestado em fins do século XVIII, em razão do desenvolvimento do capitalismo industrial e do liberalismo econômico inglês baseado na defesa do livre comércio. A elite colonial brasileira percebeu a partir daí que as restrições ao livre comércio e a incapacidade de Portugal em atender as demandas brasileiras, prejudicavam seus negócios.

A Independência do Brasil somente veio em 1822, como resultado da transferência da Corte portuguesa para o Brasil e o colapso de Portugal, que passou a depender da Inglaterra uma das maiores interessadas na emancipação dos países latino-americanos que deveriam passar para sua zona de influência comercial.

No século XIX o Brasil fez sua independência e adotou o regime monárquico de governo. Para a elite brasileira, senhores de terra e a burocracia, a monarquia representava a estabilidade, a ordem e a manutenção da escravidão. Os monarcas que governaram o país durante a fase imperial foram: D.Pedro I (1822-1831) e D.Pedro II(1840-89). A monarquia teve três períodos: O Primeiro Reinado(1822-31), o Período Regencial(1831-40) e o Segundo Reinado(1840-1889). A monarquia centralizou a administração do país que foi organizado em Províncias, governadas por Presidentes de Províncias designados pelo Imperador. A economia manteve-se do tipo colonial exportando para Europa produtos agrícolas e recorrendo a empréstimos estrangeiros para organizar o exército e a marinha necessários para fazer frente à Guerra de Independência.

Durante o período Regencial (1831-40) eclodiram revoltas de caráter popular como: a Sabinada, a Cabanagem, a Balaiada. Os principais produtos do país como açúcar, algodão enfrentavam a concorrência internacional das Antilhas, no caso do açúcar e dos EUA, do algodão. A sociedade brasileira apresentava-se assim dividida: uma classe senhorial poderosa formada por proprietários de terras, uma "classe média" ligada ao comércio, funcionários públicos, prof. liberais, militares e religiosos e a classe trabalhadora formada por escravo são, e trabalhadores livres. O país permaneceu agrícola, vinculado aos interesses comerciais ingleses e dos senhores de engenho e fazendeiros de café.

A participação da população na vida política era muito pequena, pois, exigia-se dos eleitores uma renda superior a 100 mil réis. Estima-se que numa população recenseada em 1872 de 10 112.061 habitantes menos de 3% votavam. Os partidos representavam os interesses das elites e eram: o Partido Conservador, formado por burocratas e proprietários de terra de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, defendiam um poder central forte enquanto o Partido Liberal, formado também por donos de terra de Säo Paulo, Minas e Rio Grande do Sul era favorável a maior autonomia para as Províncias.

Na segunda metade do Século XIX, com a proibição do tráfico negreiro e a expansão da lavoura cafeeira, novas oportunidades de investimento foram surgindo estimulando a urbanização. Em São Paulo, foram realizados investimentos em atividades urbanas como transporte iluminação a gás, serviços de água, esgoto e telefonia. Os lucros promovidos pela cafeicultura foram investidos na compra de equipamentos para beneficiar o produto, na construção de ferrovias e na importação de máquinas e equipamentos industriais.

Como resultado deste dinamismo, ocorreu a expansão do setores médios: comércio, profissões liberais, funcionalismo público, militares ligados aos acontecimentos e a cultura européia e sensíveis a "um bando de idéias novas que agita o país e dá-lhe novas diretrizes"

As idéias reformistas surgiram em 1868, quando o Imperador nomeou um gabinete conservador, em substituição aos liberais. Alguns liberais inconformados lançaram um programa que propunha: eleições diretas, temporalidade do Senado, maior autonomia para as províncias, liberdade religiosa, independência do Judiciário. No campo econômico os dissidentes liberais propõem: a emancipação gradual dos escravos. e melhoria da situação dos trabalhadores a liberdade do comércio e indústria e outras medidas liberalizantes como ocorria na Europa. A partir de 1870, com o final da Guerra do Paraguai. fica evidente o atraso do país, e a insatisfação seja com o regime e o atraso traduzem-se no movimento abolicionista, republicano que culminam com o fim do regime monárquico em 1889.

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